segunda-feira, 4 de maio de 2009

Primeiro caso é confirmado na América do Sul

Colombiano contraiu vírus durante viagem ao México. Bogotá diz que monitora outras 108 suspeitas

A América do Sul confirmou ontem o primeiro caso de contaminação pela gripe H1N1. O governo colombiano informou que resultados de análises de laboratório confirmaram a contaminação de uma pessoa que voltou do México, e seu estado de saúde evolui satisfatoriamente.

O secretário de Saúde do México, José Angel Córdoba, informou no sábado que nos últimos quatro dias não foram registradas mortes por conta do vírus. Ele confirmou que 19 pessoas morreram devido à doença e outras 121 mortes ainda estão sob investigação.

Em Bogotá, o ministro da Proteção Social colombiano, Diego Palacio, disse que o país está observando 108 casos suspeitos da gripe H1N1. “A pessoa a quem pertence a amostra positiva é um paciente que, como muitos outros que tiveram contato com o vírus, está em boas condições, e se encontra no momento em sua casa em companhia de seus familiares”, disse.

Após sua aparição no México há poucas semanas, a gripe foi detectada em outros 18 países, gerando um alarme mundial de uma possível pandemia que pode afetar seriamente os países mais pobres e os setores sociais mais desprotegidos.

Paralisados devido a gripe, a Cidade do México e seus arredores são o epicentro de maior parte das 506 infecções no país reportadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e onde os habitantes se habituaram a usar máscaras.

O governo foi obrigado a fechar as escolas, universidades, restaurantes, parques e museus, e a proibir as aglomerações para evitar a propagação da gripe.

A expectativa é que a doença vá afastar milhares de turistas dos principais centros turísticos mexicanos, em um duro golpe para economia do país já em recessão devido à crise financeira mundial.

O governo mexicano se queixa de que vários cidadãos mexicanos no exterior estão sendo maltratados, especialmente na China onde cerca de 50 pessoas foram colocadas em isolamento por temores de contaminação. As autoridades também criticaram a decisão de países como a Argentina, Cuba, Equador e Peru de proibir vôos do país.

No Canadá, funcionários da vigilância sanitária disseram que uma pessoa vinda do México infectou sua família e uma criação de porcos no país. Os animais foram colocados em quarentena, e as autoridades afirmam que o caso não afetou a fornecimento de alimentos.

A OMS pediu que os países ampliem o monitoramento da gripe suína em humanos e animais depois da notícia de que o vírus infectou porcos no Canadá. “Desde que aconteceu uma vez, isso pode acontecer de novo”, disse o cientista de segurança alimentar da OMS Ben Embarek. Ele afirmou que os criadores devem usar roupas de proteção caso haja suspeita de contaminação nos animais.

Apesar do nome da enfermidade, este foi o primeiro caso de gripe suína em porcos desde que se iniciou a nova onda de infecção pelo vírus. As autoridades canadenses informaram que os porcos são de uma fazenda no Estado de Alberta. A gripe suína normalmente causa erupções em porcos, mas as autoridades salientaram que o caso não representa um risco à segurança alimentar.

Embarek afirmou ainda não haver recomendações para executar porcos em nenhum lugar no mundo como resultado do vírus, e disse que carne de porco bem cozida e produtos suínos permanecem seguros para consumo. “Não é uma doença originada na comida”, afirmou. “Temos de tomar as medidas para evitar a exposição desnecessária de humanos a animais doentes.”

Estabilização
As autoridades mexicanas disseram acreditar que a situação está se estabilizando, com menos pacientes apresentando sintomas severos nos hospitais.

Os EUA, segundo país mais afetado, com 160 casos confirmados em 21 Estados, fecharam algumas escolas temporariamente e distribuíram medicamentos onde necessário. Quase todas as infecções fora do México têm sido leves. A única morte em outro país foi a de um bebê mexicano levado aos EUA antes de adoecer.

A Costa Rica confirmou no sábado um caso da gripe no país, no primeiro caso reportado na América Latina fora do território mexicano. Cientistas ainda tentam avaliar como se comporta o novo vírus e o comparam com os surtos de gripe sazonais que provocam entre 250 mil e 500 mil mortes em todo mundo a cada ano.

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